quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

3.2. Vistas necessárias e suficientes  

Conforme já referido, verifica-se numa grande quantidade de casos ser desnecessária a representação de um tão elevado número de vistas (Fig. 3.7). No exemplo, como se referiu em 3.1., seria licito apresentar unicamente as vistas a), b) e c) pois são suficientes para a leitura total da peça. Com efeito, não se considera correcta uma representação em que se encontre excesso de informação, por isso devem estudar-se cuidadosamente todas as combinações possíveis de vistas e quais as mais representativas de modo a obter-se a uma leitura exacta com o menor número possível de elementos desenhados.
Na maioria dos casos do âmbito da Engenharia Mecânica e Design Industrial, três vistas são suficientes e a combinação mais correcta é a anteriormente descrita.  
O mesmo não se poderá dizer por exemplo em relação ao caso da Arquitectura em que à partida são de considerar os quatro alçados (quatro vistas laterais) de uma edificação. Assim, o número de vistas necessárias e suficientes que afinal pode ser de duas a seis deve ser estabelecido caso a caso. Por outro lado e uma vez estabelecidas as vistas necessárias e suficientes importa procederá escolha de qual das vistas deverá assumir-se como alçado principal em função do qual resultam as restantes vistas.
Embora qualquer projecção possa assumir-se como alçado principal, na prática a sua escolha é resultante da verificação de critérios normalizados que contemplam os seguintes princípios:

- O alçado principal, deverá representar o objecto na sua posição de serviço, ou seja na que ocupa quando desempenha a função a que se destina.

- Deverá constituir-se como a vista que contém mais informação sobre o objecto.
Objectos cujas características formais estabelecem simetria, podem consideram-se totalmente definidos pela representação das suas duas vistas mais significativas (Fig. 3.8).

Fig. 3.8 - Representação por Projecções Ortogonais de objectos com características de simetria.

Por outro lado na representação de objectos cuja complexidade formal o justifique podem ser utilizadas as seis vistas ou ainda outras e designadas vistas auxiliares.
Este tipo de representações auxiliares são muitas vezes apresentadas quando importa mostrar em verdadeira grandeza pormenores das faces dos objectos sempre que as mesmas não sejam paralelas aos planos de projecção. Na sua representação em conjunto com as restantes Vistas deve ser esta colocada numa posição adjacente à vista de que é esclarecedora com indicação por meio de setas da direcção e sentido em que esta vista é observada.
Outra excepção que se verifica quanto ao critério de disposição das vistas consiste na apresentação de vistas deslocadas da sua posição conven­cional tacto que se pode verificar nomeadamente por imprevisão inicial da árcade papel de representação necessária, devendo no entanto a vista deslocada ser identificada através de setas e inscrições (Fig. 3.9).  

Fig. 3.9 - Representação de uma vista de um objecto (vista X) deslocada

Outros casos há (frequentes em Desenho de Construção Mecânica) em que se verifica não ser necessária uma representação de determinada vista na sua totalidade, recorrendo-se à utilização de vistas parciais. É o caso de se poderem estabelecer um ou mais eixos de simetria, ficando a vista reduzida respectivamente a metade ou um quarto da sua representação (Fig.3.10).

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