quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

1.  Visualização 3D – 2D

A representação gráfica é o mais importante modo de registo e comunicação da informação desde os primórdios da civilização humana, sem que até aos nossos dias tenha sido substituído por nenhum outro, não obstante as sucessivas alterações e evolução que se têm verificado.
O domínio da Geometria como componente fundamental do âmbito da Representação Gráfica consiste na descrição e representação de elementos de ordem conceptual inerentes à identificação das formas. As formas que delimitam e por conseguinte definem, do ponto de vista de configuração, os espaços e os meios em que vivemos. A descrição e representação desses elementos tem como objectivo não apenas o seu registo e a possibilidade de comunicação, mas sobretudo de análise e interpretação das relações que esses elementos estabelecem.
O carácter material e por conseguinte não ilimitado das formas de quaisquer objectos presentes nos diversos domínios da actividade humana induziu a necessidade de uma maior conotação e identificação com a realidade, através da representação gráfica dos elementos que a constituem. Esta situação que se traduz numa mais eficaz percepção da forma aquando da leitura da sua representação, passa a exprimir a sua configuração não apenas pela relação qualitativa entre os elementos geométricos que a constituem mas também pelas relações quantitativas fisicamente inevitáveis de se estabelecer.
Este modo de representação que conjuga aspectos de ordem conceptual que a Geometria analisa e discute com o rigor científico que a caracteriza, a partir do conceito elementar de Projecção Ortogonal, com aspectos formais necessários a uma apresentação convencional e por conseguinte com um carácter de linguagem o mais uniforme possível no sentido representação em 2D da forma existente em 3D e da visualização em 3D de uma representação em 2D, constitui o objecto do Desenho Técnico a partir de cuja leitura se induz o processo de visualização 3D – 2D.





1.1. Conceito de Projecção Ortogonal


A identificação de uma entidade elementar (ponto) do espaço, no plano, constitui uma representação plana e resulta de uma projecção desse ponto, no plano (Fig. 1.1). A direcção definida pelo ponto, pela sua projecção plana (e pelo observador) é designada projectante.

  
Fig. 1.1 - Elementos da Projecção Plana

O conceito de projecção é, como já se referiu, um conceito fundamental no domínio da Geometria.
De acordo com esta definição surge no entanto uma outra questão. Relativamente a um ponto e um plano, quantas projecções do ponto sobre o plano são possíveis obter?
De facto, para cada ponto é possível estabelecer infinitas representações a partir de outras tantas projecções, no plano. (Fig. 1.2)

Fig. 1.2 - A cada ponto correspondem infinitas projecções num plano

O problema afigura-se indeterminado a menos que a introdução de alguma característica adicional ao conceito de projecção permita restringir a solução do problema a uma só.
O conceito de ortogonalidade associado ao conceito de projecção esta­belece uma possibilidade única: A cada ponto corresponde uma só projecção ortogonal num dado plana (Fig. 1.3).

Fig. 1.3 - Uma e uma só Projecção Ortogonal de um ponto no plano

seta


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